27/05/2010

Enquanto esperamos a chegada do Verão... Rakushisha...

17 de Junho (5ª feira) | 21h00
Biblioteca Municipal de Torres Vedras


Foi na Rakushisha - cabana dos diospiros caídos -, nos arredores de Kyoto, que o poeta viajante Matsuo Bashô, imortalizado pelos seus haikai, se hospedou na sua última viagem e redigiu um dos seus diários. E foi no metro do Rio de Janeiro que Haruki e celina se conheceram. Ele folheava um livro em japonês, de cuja ilustração fora incumbido; ela era uma mulhar triste e etérea, "pedaço de céu recoberto pela fina epiderme humana", que se apaixonou dele com curiosidade pelo seu escrito exótico.
Unidos pelo acaso e pelo texto de Bashô, em breve partiriam para Kyoto, em busca de coisas indefinidas, fios de teia de aranha, numa viagem de descoberta do Japão moderno e de si próprios. As vozes dos dois protagonistas e os versos do poeta japonês entretecem-se num registo depurado, a que não falta nem sobra uma só palavra, que faz de Rakushisha um romance haikai.


Dinamização: Isabel Raminhos

LOCAL: Biblioteca Municipal de Torres Vedras
PÚBLICO-ALVO: Adultos

07/05/2010

Maio traz-nos Myra

20 Maio (5ª feira) | 21h00
Biblioteca Municipal de Torres Vedras


Excerto:

Myra atravessou os carris desocupados em direcção ao mar. Cresciam ervas e tojo nas juntas e as traves e ferros estavam negros das marés vivas sujas de crude. O céu estava baixo e muito escuro. Havia estrias roxas e verdes na distância branca e areciam, céu e mar, uma única onda a levantar-se para engolir a terra. Myra tirou os sapatos e as meias rotas e ficou parada a ver aquele assombro. Se corresse por ali adentro ninguém daria com ela nunca mais...


MARIA VELHO DA COSTA - Biografia





Licenciada em Filologia Germânica, foi professora no ensino secundário e membro da direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Tem o Curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi membro da Direcção e Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, de 1973 a 1978. Foi leitora do Departamento de Português e Brasileiro do King's College, Universidade de Londres, entre 1980 e 1987. Tem sido incumbida pelo Estado português de funções de carácter cultural: foi Adjunta do Secretário de Estado da Cultura em 1979 e Adida Cultural em Cabo Verde de 1988 a 1991. Desempenhou ainda funções na Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e trabalha actualmente no Instituto Camões.

Consagrada, já em 1969, com o romance Maina Mendes, tornou-se mais conhecida depois da polémica em torno das Novas Cartas Portuguesas (1971), obra em que se manifesta uma aberta oposição aos valores femininos tradicionais. Esta publicação claramente anti-fascista e altamente provocatória para o regime, levou as suas três autoras a tribunal, tendo o 25 de Abril interrompido as sanções a que estavam sujeitas as denominadas 3 Marias: Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno.

Às teses de reivindicação feminina já enunciadas em “Novas Cartas Portuguesas", acrescenta-se, na sua obra, um inconformismo quanto aos cânones narrativos, inconformismo esse que se pode verificar também na sua obra de ensaio.

Para saber mais, aceder aqui


Dinamização: Isabel Raminhos


LOCAL: Biblioteca Municipal de Torres Vedras
PÚBLICO-ALVO: Adultos