07/04/2011

Livro


[Excerto de uma entrevista de Carlos Vaz Marques – revista Ler nº 95, Out. 2010]

(…)
O que nasceu primeiro: a história de emigração que é contada na primeira parte ou o jogo metaliterário da segunda?

Foi a emigração. Comecei por sentir que seria interessante escrever um romance que revisitasse esse período.

Nessa altura já sabia que ia chamar-lhe Livro?

Não. Foi logo depois. Aí, estamos a falar de uma pré-história do romance em que ainda não havia uma única palavra escrita. Porque a primeira frase do romance – “A mãe pousou o livro nas mãos do filho” – Foi efectivamente a primeira frase a ser escrita.

Já era claro, quando começou, que o livro se chamaria Livro.

Sim. E já era claro que iria ter essas duas partes, e já era claro que ria existir esse jogo.

O facto de os seus pais terem estado emigrados contribuiu para a decisão de tratar o tema da emigração?

Sim, contribuiu. Mas houve outras razões. Tinha uma ideia, também presente noutros romances meus, que é a de trabalhar a questão geracional. Parece-me que é uma forma de tratar a ideia do tempo. Nós vemos o tempo, em grande medida, pensando nos nossos pais e nos nossos filhos. A nossa referência somos nós próprios. É muito difícil falarmos no tempo em termos de séculos, quando sabemos que não chegamos a viver um século, normalmente.
(...)

Nota: Para ler esta entrevista na íntegra, procure a revista Ler na Biblioteca Municipal de Torres Vedras

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